Nesta
última quarta-feira o Congresso Nacional foi tomado por um forte acirramento de
ânimos e por discursos eloquentes. Os discursos, da oposição, em maioria, ora
repudiavam a condução política do atual governo Dilma ora repudiavam evidências
de corrupção do governo e acessórios decorrentes desse fenômeno chamado corrupção.
Nestas
últimas discussões no Congresso chegou-se a falar em Golpe. Sim! Golpe! Por uma
definição lógica Golpe, no sentido político, seria o processo de mudança das
forças políticas por meio da imposição da vontade de um grupo ou segmento de
uma sociedade.
Se uma
análise fosse feita por lapso temporal, seria possível falar em Golpe. Em 1930,
tivemos o Golpe de Getúlio Vargas; em 1964, o Golpe Militar; em 2014, o Golpe?
O lapso temporal: 1889-1930 (41 anos); 1930-1964 (34 anos); 1964-2004 (50
anos). Pois bem, a média de tempo para a ruptura apresentou-se entre 35 e 50
anos; por essa "teoria" temporal o Brasil estaria na proximidade de
um "Golpe". Refutamos isso!
As
condições para que um Golpe seja bem sucedido são diversas, mas uma coisa é
certa: tem que haver muita insatisfação
popular. As recentes eleições presidenciais mostraram que o povo brasileiro
está, em geral, insatisfeito com o atual governo. Por mais que a Presidente
Dilma tenha obtido o voto de confiança da maioria da população que a elegeu;
sua vitória nas urnas não foi ampla, ou seja, sua margem de votos foi estreita.
Este
processo eleitoral democrático para Presidente da República não terminou com o
encerramento formal das eleições; pelo contrário, o candidato derrotado Aécio
Neves incorporou à sua pessoa o ícone dos insatisfeitos. Pode-se dar um
saudável nome para esse conjunto de insatisfeitos: oposição.
O Brasil,
em 2014, não tem iminência de Golpe, tem sim uma proeminente e já real oposição.
Dos 12 anos de governo de um partido de esquerda no país parece que os de
"direita" esboçam só agora uma real oposição. Talvez tenham demorado
para perceberem que uma oposição forte é muito saudável no equilíbrio de forças
políticas e do avanço da democracia.
Existe
uma oposição popular ao atual governo; vide manifestações
nas ruas. Grupos mais radicais, conservadores, liberais se misturam nesse
movimento; porém, passam uma mensagem: insatisfação.
Iminência
de Golpe para "derrubar o governo" é descartada pois o Brasil está
num forte processo democrático. Este processo avança no Brasil: retrocesso não
tem oportunidade histórica.
Por outro
lado a oposição popular acusa o governo petista de querer instaurar o
"comunismo-socialismo" no Brasil; se o partido tem essa intenção, não
cabe entrar no mérito, mas pode-se apontar que árdua será essa tarefa. O Brasil
é um país com mais de 85% de cristãos, a doutrina cristã mostrou-se mais forte
que a "doutrina marxista".
Karl Marx e correntes de pensamento estavam equivocados; a religião não é "o ópio do povo", mas é o
sustentáculo de esperança quando as
instituições vigentes falham em cumprir seu papel de fomento do progresso.
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